sexta-feira, 28 de março de 2014

Linguagem

https://www.youtube.com/watch?v=Fu7nTvrkc8M


A prosa portuguesa tem uma história com etapas bem marcadas. António Vieira lançou as suas traves mestras, Herculano e Camilo enriqueceram-na, Garrett e Eça modernizaram-na. A prosa de Eça reflecte a sua maneira de pensar e torna-se um instrumento dúctil e subtil para exprimir o seu modo pessoal de ver o mundo e a vida. Ele próprio considerava a literatura como a arte de pintar a realidade, mas "levemente esbatida na névoa dourada e trémula da fantasia, satisfazendo a necessidade de idealismo que todos temos nativamente e ao mesmo tempo a seca curiosidade do real, que nos deram as nossas educações positivas..." (Eça de Queirós, Notas Contemporâneas).
Eça não teve a frondosa riqueza vocabular de um Camilo, mas soube explorar, a partir de um vocabulário simples, a força evocativa das palavras por meio das mais variadas relações combinatórias e sentidos conotativos. O estilo de Eça é magistralmente estudado por Ernesto Guerra na sua obra Linguagem e Estilo de Eça de Queirós. Vejamos, então alguns dos processos pelos quais Eça conseguiu essa força evocativa, esse verdadeiro magnetismo das palavras.

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