Objetivos
- Homenagear o banqueiro Jacob Cohen, uma iniciativa de João da Ega («... o Ega, alargando pouco a pouco a ideia, convertera-o agora numa festa de cerimónia em honra do Cohen...»).
- Retratar a sociedade lisboeta.
- Proporcionar a Carlos da Maia o primeiro contacto com o meio social lisboeta.
- Apresentar a visão crítica de alguns problemas.
- A nível da ação central: proporcionar a Carlos o primeiro encontro com Maria Eduarda.
Intervenientes
- João da Ega : Promotor do jantar, uma homenagem ao banqueiro Jacob Cohen, marido da «divina Raquel», com quem mantém uma relação adúltera, João da Ega defende o Realismo / Naturalismo.
- Jacob Cohen : É o homenageado durante o jantar, o marido da «divina Raquel», diretor do Banco Nacional, por isso o representante das Finanças na obra.
- Tomás de Alencar : Representante do Ultrarromantismo, é confrontado com os princípios naturalistas / realistas defendidos por Ega.
- Dâmaso Salcede : É o tipo do novo rico burguês e a súmula dos defeitos da sociedade: provincianismo, vaidade, futilidade e oportunismo (repare-se como louva Carlos da Maia com o intuito de assumir uma posição mais preponderante na sociedade.
- Carlos da Maia : O episódio proporciona-lhe o primeiro contacto com a sociedade, mantendo, durante o evento, uma posição relativamente discreta.
- Craft : Representante da cultura artística e britânica, Craft tem uma participação pouco relevante neste episódio.
- Literatura;
- Finanças;
- A história política
Fim do jantar - resolução da disputa
- Ega e Alencar insultam-se mutuamente;
- fazem uso de uma linguagem escabrosa e ofensiva;
- envolvem-se numa zaragata que quase termina numa sessão de pugilato;
- acabam por fazer as «pazes à portuguesa»: reconciliação e mostras de arrependimento, com abraços e protestos de amizade;
- ou seja, esgotados os argumentos, passa-se à pessoalização das questões (= Questão Coimbrã, após as primeiras intervenções críticas; o desafio para um duelo entre Antero de Quental e Ramalho Ortigão).
Conclusões - o modo de ser português
1. A falta de personalidade:
- Alencar muda de opinião quando Cohen assim o pretende;
- Ega muda também de opinião quando Cohen o pretende;
- Dâmaso, cuja divisa é «Sou forte», aponta o caminho covarde da fuga.
2. A disputa Ultrarromantismo / Naturalismo, reflexo da Questão Coimbrã.
3. A falta de coragem / a covardia domina a sociedade, «... desde el-rei nosso senhor até aos cretinos de secretaria!...».
4. A falta de cultura e civismo domina as classes mais destacadas, com exceção de Carlos e de Craft.
5. O exército:
- em caso de invasão, teriam de se alugar os generais para defesa da pátria;
- a falta de disciplina dos soldados, não obstante serem «teso(s)»;
- a fraqueza física e moral («Um regimento, depois de dois dias de marcha, dava entrada em massa no hospital!»; o episódio do marujo sueco).
http://www.youtube.com/watch?v=MtpMSDxgZYY |
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